A Ginecomastia é um quadro clínico no qual as mamas masculinas crescem devido ao efeito hormonal e/ou acúmulo de gordura. Outras causas, além das citadas, são decorrentes do consumo excessivo de álcool, câncer, doenças no fígado, uso de drogas ou certos tipos de medicamentos, como os corticóides. Esta situação pode causar grande desconforto em jovens adultos e adolescentes. Muitos adolescentes com ginecomastia não vão à praia ou à piscina, pois não querem expor as mamas de aspecto feminino.
Ela é causada por um desenvolvimento excessivo no tecido da região mamária masculina e ocorre nas fases de mudanças hormonais do homem (primeira infância, adolescência e velhice) sem nenhuma patologia de base, na maior parte dos casos. Pode apresentar vários graus de acometimento, sendo observada em 40-60 % da população masculina. Pode ser apenas em uma mama ou nas duas. A alteração é normalmente causada por uma variedade de mudanças hormonais, sendo a maioria delas reversíveis durante a puberdade. Ou seja, a ginecomastia é, na maioria dos casos nesta faixa etária, uma condição benigna, tratável e corrigível. Porém, devem ser consideradas causas orgânicas, especialmente em pacientes de uma faixa etária mais avançada. Se a condição persistir num adolescente, pode efetuar-se o tratamento cirúrgico conseguindo-se uma redução significativa do volume e forma da mama na maioria dos pacientes. A correção dessa alteração pode ser feita com lipoaspiração e a retirada do tecido glandular através de uma incisão em torno da aréola.
Em alguns casos a lipoaspiração pode ser dispensada. Casos mais severos pode ser necessário também retirada de excesso de pele da mama. A cicatriz em torno da aréola, na maioria dos casos, é pouco visível. O uso de cintas torácicas é obrigatório por um período de pelo menos 1 mês e é comumente deixado um dreno para eliminar líquidos que podem se formar no local da cirurgia. O resultado é permanente e produz um contorno torácico masculino para o paciente.
No homem adulto normal, não há tecido mamário palpável. A ginecomastia apresenta-se como uma massa na região mamária, palpável, variando de 1,0 a 10 cm de diâmetro. Ela pode ser unilateral, podendo desenvolver-se, após meses ou anos na outra mama ou então ser bilateral. O mamilo e a aréola raramente apresentam mudanças significativas, embora hipertrofia dos mamilos e alargamento das aréolas possam ocorrer. Os sintomas limitam-se à massa palpável e pouca dor (pouca intensidade) à palpação, principalmente nos adolescentes, porém na maioria dos casos, a doença é assintomática. A maioria dos casos de ginecomastia apresenta-se na puberdade:
As diferentes causas de ginecomastia determinarão qual o tratamento mais apropriado. O uso abusivo de bebida alcoólica pode predispor ao desenvolvimento da doença, mas a causa mais comum é um aumento nos estrógenos, uma diminuição nos andrógenos, ou um déficit nos receptores androgênicos, ou seja, os fatores hormonais constituem a causa principal desta disfunção. Existem basicamente duas técnicas que podem ser utilizadas separadamente ou em combinação: lipoaspiração e retirada de pele. Os principais problemas relacionados ao tratamento cirúrgico da ginecomastia são irregularidades na superfície da mama e alterações na forma ou na posição do mamilo.
O edema pós-operatório dura cerca de 10 a 20 dias e o déficit de sensibilidade local em geral é transitório, durando no máximo um ano na maioria dos casos. A cirurgia consiste em realizar uma incisão pequena em forma de semicírculo na parte inferior da aréola, na transição desta para a pele. A cicatriz não é aparente e fica praticamente invisível com o tempo. O cirurgião retira a glândula de consistência dura e aumentada, que deverá ser examinada por um anatomopatologista. Nos casos de ginecomastia adiposa, a cirurgia pode ser feita com lipoaspiração da gordura mamária. Nesse caso o ‘caroço’ que se palpa é pequeno e o tratamento pode ser feito através de um pequeno orifício, praticamente imperceptível ao fim de algum tempo.
A escolha de anestesia, local com sedação ou geral, vai depender de cada caso. A correção da ginecomastia grau I (localizada) é geralmente um procedimento cirúrgico simples. O grau II é mais difícil e apresenta uma série de problemas. Ondulações da pele torácica podem ocorrer após a cicatrização, podendo levar a depressão no centro ou nas periferias da lesão. A complicação cirúrgica mais comum é o hematoma. Pequenos hematomas são comuns após o tratamento da ginecomastia grau II. A retração areolar pode ser evitada nos pacientes com grau I, mas é mais difícil evitar nos pacientes com grau II devido à natureza adiposa do tecido encontrado. O excesso cutâneo é mais comum no paciente idoso que no jovem e pode ser corrigida secundariamente, já que muitos pacientes têm uma retração cutânea muito satisfatória, o que evita a realização de uma cicatriz ao redor da aréola.