As queimaduras fazem parte do rol de lesões mais comuns no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, todos os anos são registrados mais de 1 milhão de novos casos no país, com cerca de 200 mil pessoas atendidas nos serviços de emergência e 40 mil hospitalizadas. O tratamento de queimaduras leva em consideração diferentes fatores, como o grau da queimadura, até as áreas afetadas. Outros aspectos também indicam a gravidade da ferida, como:
Esses fatores são importantes para orientar os métodos de tratamento de queimaduras, conforme a fase evolutiva da lesão.
A cirurgia plástica é indicada quando há perda estética ou alterações na região da queimadura, especialmente, nas de segundo e terceiro grau. Além disso, lesões em locais específicos podem causar acometimento funcional, prejudicando a mobilidade do corpo. Isso acontece principalmente em áreas de dobras, como o pescoço, cotovelos e axilas. O paciente pode ficar com dificuldade para esticar os membros ou movimentar livremente a cabeça pois a pele queimada acaba ficando retraída. Já as mudanças estéticas causadas pelas queimaduras podem envolver alterações no tom da pele, podendo ficar mais escura ou mais clara, mudanças da sua consistência ao toque e deformações de estruturas existentes como orelhas, nariz e olhos.
O tratamento de queimaduras pela cirurgia plástica depende da profundidade e da extensão da queimadura. Na fase aguda da queimadura, o principal objetivo do cirurgião plástico é promover a cicatrização da área lesionada, que pode ser feita pela remoção do tecido desvitalizado. Em casos mais simples, é possível a cura somente com a troca de curativos e pomadas cicatrizantes para regeneração do tecido. Já os casos mais graves requerem maior cuidado, com possibilidade de cirurgias de enxerto (uso de fatias de pele saudável que são transferidas para a área lesionada) ou retalhos (transferência de pele e tecidos irrigados por artérias, até o local da queimadura). O tratamento de queimaduras também é influenciado pelo tipo de perda estética, que pode variar desde mudanças na cor da pele, até a perda de tecido.
Existem diversos métodos de tratamentos de queimaduras realizados por cirurgiões plásticos. Conforme mencionado anteriormente, a adoção deles dependerá do tipo de lesão, a profundidade e a região da sequela. Entre eles, destaca-se a expansão de tecidos. Essa é uma das formas mais comuns para preenchimento de pele. A técnica utiliza água salina, para promover o crescimento do tecido e, desse modo, reparar lesões que necessitam de pele adicional.
A expansão de tecidos é usada como tratamento de queimaduras em áreas dos membros superiores e inferiores, como pernas, mãos, braços, pescoço e rosto. Outras regiões, como as costas e o tronco são mais complicadas, devido à espessura da pele. Fora a expansão, as cirurgias plásticas reparadoras também são usuais no tratamento de queimaduras. Elas são empregadas para correção de deformidades, que podem ter origem congênita ou adquirida. Em especial no caso de queimaduras, a cirurgia reparadora é feita para reconstruir a área afetada, bem como recuperar as funções do tecido, já que a tendência é que a região queimada fique sensível e, como consequência, tenha perda de elasticidade. No caso das cicatrizes, o tratamento de queimaduras pode variar, desde procedimentos minimamente invasivos até a revisão cirúrgica. Para isso, é necessário examinar a lesão, percebendo a presença de descolorações, irregularidades e marcas.
Em casos mais leves, com pouco desconforto ao paciente, o tratamento pode ser realizado com o uso de pomadas cicatrizantes. Há, no entanto, as cicatrizes hipertróficas, que são aglomerados de tecidos epiteliais normalmente de coloração vermelha, que causam extremo desconforto e necessitam de intervenção cirúrgica. Vale ressaltar que o tratamento de queimaduras não requer somente o trabalho dos cirurgiões plásticos, mas sim, de uma equipe multidisciplinar, que atua tanto na fase aguda quanto no tratamento de sequelas. Assim, participam do processo de atendimento os fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos e fonoaudiólogos, de acordo com o grau da lesão e comprometimento do paciente. Independentemente do nível de queimadura e do agente causador, sempre que houver acidentes que provoquem lesões, é fundamental buscar o auxílio de um especialista para avaliar a situação e, caso necessário, indicar o tratamento ideal para o caso. A automedicação pode agravar a situação.